Para debater o Projeto de Lei 6.787/2016, conhecido como reforma
trabalhista, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio – CNTC –
realiza nos dias 29 e 30 de março o Seminário
Nacional sobre a Reforma Trabalhista: Nenhum Direito a Menos. O evento
reúne federações, sindicatos e especialistas de várias regiões do Brasil; o
presidente do Sincomerciários de Jundiaí e Região, Milton de Araújo, participa
da reunião acompanhado da advogada da instituição Dra. Maria Angélica
Campanhier, como representantes da Federação dos Comerciários do Estado de São
Paulo – Fecomerciários.
A proposta, acima citada, altera leis da CLT, possibilitando
diversas ações que prejudicam as condições de trabalho, como mudanças na
jornada de trabalho e a sobreposição do negociado sobre o legislado. O meio
sindical percebe que, mais uma vez, apenas os interesses do setor patronal
estão sendo visados, esquecendo-se da dignidade do trabalhador.
Dentre as palestras, temas como Prevalência do Negociado sobre o
Legislado; Trabalho em condições degradantes; Terceirização e seus impactos;
Impactos da Reforma Trabalhista no Movimento Sindical; Precarização, Retrocesso
Social e Soluções para o enfrentamento da crise do desemprego; serão abordados
ao longo dos dois dias de seminário.
Na abertura do evento, que contou com a presença de cerca de 250
pessoas do meio sindical, o presidente da CNTC, Levi Fernandes Pinto, convocou
a sociedade para uma grande mobilização nacional contra a Reforma Trabalhista.
O presidente pontuou “Vivemos um momento social e político de suma importância
em nosso país. Estamos cada vez mais certos de que a atuação do governo federal
e do Congresso Nacional está na contramão dos anseios dos trabalhadores. Por
isso, nossa união e articulação nos Estados torna-se ainda mais importante. Não
nos deixaremos intimidar com a ofensiva contra os trabalhadores”.
O presidente Milton, que além desse Seminário já participou de
outros em busca do debate consciente e qualificado acerca da situação política
e econômica do país, afirma que o meio sindical lutará para que essas
injustiças não se efetivem contra o trabalhador. “Já vem sido discutido há algum
tempo e nós precisamos, realmente, lutar contra esses retrocessos apresentados
pelo governo, como diz o emblema da campanha, não aceitaremos nenhum direito a
menos” ressalta.
A Dra. Maria Angélica, por sua vez, disse que em seus estudos e
participações em debates, congressos e seminários, a conclusão que se chega é
que há uma clara tentativa de se retirar direitos do trabalhador e privilegiar
o setor patronal, que busca apenas lucros e não se preocupa com a mão de obra.
“As propostas que o atual governo tenta aprovar instauram uma escravidão
moderna, em que o trabalhador acabará vendendo sua força de trabalho apenas em
troca de sobrevivência e não mais uma vida íntegra” pontua a advogada.