Finalmente as coisas parecem estar voltando aos eixos depois
de quase duas semanas de paralisação dos caminhoneiros.
A greve parou o país e as pessoas sentiram na pele a
importância da classe trabalhadora. Descobriram que os produtos não aparecem
nas prateiras do comércio ou do supermercado como um num passe de mágica. Por trás
de cada mercadoria tem um trabalhador que planta, colhe, opera máquinas, dirige
e vende os produtos.
É justamente nesse profissional que quero chegar. No
profissional do comércio, na minha classe trabalhadora, no comerciário. Ele também
foi atingido pela crise, vendeu menos e com certeza sua comissão será menor no
final do mês. Mas é justo fazer com que ele pague o preço, que carregue nas
costas os prejuízos causados por toda essa paralisação? Claro que não.
Não será a criação de horários diferenciados de trabalho ou
turnos mais longos por um período, por menor que seja, que vai fazer o lucro
perdido em duas semanas voltar.
Tivemos de esperar pelo retorno dos caminhoneiros para as
coisas começarem a andar. Levou um tempo. E porque agora as coisas têm de
correr? Entendo todos os lados. Entendo que
houve perdas, mas também não posso permitir que minha categoria comerciária
seja atingida pela pressa em reaver os prejuízos.
Vamos respeitar os profissionais e seus direitos garantidos
por ele.
Estamos de olho nos horários de trabalho.
Milton de Araújo
Presidente do Sincomerciários de Jundiaí e
Região