Por Luiz Carlos Motta*
Tanto na tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília, como
durante reuniões com trabalhadores, empresas e autoridades, tenho defendido a
importância da geração de emprego e renda. Neste sentido, 2023 se apresenta com
um ano de grandes desafios. Os números mais recentes sobre emprego, divulgados
esta semana pelo IBGE, dão conta de que há 8 milhões e 700 mil brasileiros e
brasileiras procurando vaga no mercado de trabalho.
Para quem está desempregado, o sofrimento é muito grande,
isso porque não é apenas o trabalhador que sofre, o problema atinge toda a
família, principalmente para os que não têm outro familiar empregado para
ajudar no pagamento dos boletos. A situação torna-se ainda mais grave, quando o
desempregado é do sexo feminino, de cor preta ou é Pessoa com Deficiência.
Subemprego
Além dos desempregados há, ainda, um número muito grande de
empregados no setor privado, sem carteira assinada. Segundo o IBGE, são
aproximadamente 13 milhões e 300 mil trabalhadores nessa precária situação, sem
direitos trabalhistas garantidos, como descanso semanal remunerado, vale
transporte, vale alimentação e, ainda, sem férias, 13º salário e outros
direitos, como aviso prévio e FGTS. Muitos são os que trabalham em regime
análogo à escravidão, situação que só é conhecida, quando há alguma denúncia e
divulgação feita pela imprensa.
Políticas públicas
Passadas as eleições, o País como um todo tem, agora,
grandes desafios que precisam ser enfrentados com medidas práticas, com
projetos para a retomada do crescimento sustentável, com geração de emprego e
renda e melhores condições de vida para os trabalhadores e para a população
brasileira. E, obviamente, o incremento das políticas públicas com foco no
social, no atendimento às demandas da diversidade, igualdade, equidade e
inclusão. O controle da inflação é outro desafio a ser enfrentado. É um tema
muito preocupante, porque a escalada inflacionária corrói, com maior velocidade
e força, o poder de compra dos assalariados, principalmente os que ganham menos
e que destinam boa parte dos seus ganhos com alimentação.
Agravantes
Recente boletim, publicado pelo Dieese, intitulado “Brasil
pós as eleições, desafios de um projeto de desenvolvimento com distribuição de
renda”, indica que o FMI prevê expressiva desaceleração da economia global em
2023, basicamente devido às dificuldades nas três maiores economias do mundo
(Estados Unidos, China e Europa), comas quais o Brasil mantêm relações de
comércio. Existem outras agravantes que se interligam. No Brasil, cerca de 15%
da população, equivalente a 33 milhões de pessoas, estão em situação de fome. O
aumento e a persistência da pobreza estão diretamente ligados à perda de
rendimento e ao aumento do custo de vida, verificados nos últimos meses.
Avanços
Por isso, tenho intensificado meus contatos com as
autoridades que podem nos ajudar a melhorar esse quadro. Esta semana, em
Brasília, tive audiências com os ministros Luiz Marinho, do Trabalho, Carlos
Lupi, da Previdência Social e Geraldo Alckmin, Indústria e Comércio, também
Vice-Presidente da República. Tratamos de assuntos importantes para os
trabalhadores da ativa e aposentados.
Três Poderes
Apesar de todos os desafios que precisamos vencer no ano que
se inicia, estou otimista, em relação aos avanços, para que o trabalhador
brasileiro tenha o mais urgente possível, emprego e renda com qualidade!
Vivemos em uma democracia e, com certeza, com a harmonia entre os Três Poderes,
conseguiremos atingir nossos objetivos!!!
*Luiz Carlos Motta é Deputado Federal (PL/SP) e presidente
da Fecomerciários e CNTC.